quinta-feira, 10 de julho de 2008

Profecias

Enquanto a flor perdurar sobre o pedúnculo, haverá cor.
O sol brilhará todos os dias, desde que nasça.
A lua sempre brilhará, plena no céu, desde que cheia.
O coração baterá, enquanto houver vida.
Todas as vontades serão satisfeitas, enquanto houver possibilidades.
Os cães comerão carne, enquanto houver vacas para morrer.
As estradas serão de mão dupla, enquanto houver gente para ir e vir.
A catástofre será evitada, enquanto o avião permanecer no ar.
Haverá rock n' roll, enquanto houver usinas que geram energia.
Os peixes nadarão nos lagos, nos rios e nos oceanos, até que eles se encham de bosta.
O ar será respirável, enquanto houver oxigênio.
O amor entre as pessoas existirá, até que ele se extingüa.

Sempre haverá vida antes da morte.

2 comentários:

Guilherme Assen disse...

Obrigado pelo comentário, camarada.

Mas tenho que discordar apenas com uma coisa dita: poesia não é matemática, ciência exata que não traduz a sensação apenas a observação.

Os modernistas trouxeram os versos livres e depois os versos brancos. Quintana trouxe a crítica à forma com seus quintanares. Drummond e todos de sua geração arremataram com o saber poético.

A poesia é, então, uma narrativa da realidade. Como Manuel Bandeira próprio a define: "A ponte que liga o subconsciente do poeta ao subconsiente do leitor".

Poesia é sentir, e já não importa se é forma. A consciência não faz parte da poesia, nem do poeta.

"Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."

[Poética, Manuel Bandeira]

Parabéns pelo blog. Mais do que na hora de aparecerem internautas preocupados com a literatura.

Que desses comentários surja uma bela amizade.

Saravá!

Celeste Garcia disse...

Estou longe, muuuito longe de escrever bem.
Vou indo na tentativa e erro, quem sabe um dia torno o que tento ser.

A arte da escrita durará enquanto homem permanecer humano.
Quando este deixar de sê-lo, haverá morte após vida.

E que essa profecia nunca se cumpra.

Beijo, Casalberto :)