quinta-feira, 31 de julho de 2008

Piadas Velhas

Ah! Que forma desgastante!
Com tantas possibilidades, a Internet, como toda a sociedade, continua ultrajante!
As velhas piadas continuam chegando em Power Point.
E se abrimos, somos obrigados a lê-las, de forma maçante.

Poderia ser diferente,
se as pessoas tivessem o senso de ridículo agente.
Porém, a maioria se serve da comunicação de forma indigente.
E vive se servindo do teclado estupidamente.

As pessoas deixam de lado a cultura,
Aquilo que acredito que é a única forma de ruptura.
Elas buscam o fácil, o riso, o ridículo.
Combinam a inteligência em um cubículo.

Ah! Sob tanta safadeza, sob tanta malandragem,
O que há de se construir nesta humana viagem?


Enfim, de forma simplista,
O fim, assim.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

KARMA

O ocidental se habituou a pensar no karma como alguma coisa relacionada ao destino, ou à predestinação. Houve alguma leitura, em algum tempo, que nos deu o entendimento sobre o karma como se isto fosse uma forma ulterior à existência humana, que dirigisse todas as pessoas a destinos fatais, ou factuais.
De acordo com este pensamento, que é destituído de informação verdadeira, cultural, sobre o que significa o conceito e sobre ao que se refere o símbolo, o karma não pode ser mudado. Pensa-se como se isto fosse uma situação de determinação de vida, imutável.
Portanto, com justiça, o pensamento lógico, racional, o pensamento científico, repudia o pensamento de uma existência kármica. Claro. Não há de se pensar em predestinação.
Contudo, na base do pensamento cultural que elaborou o conceito do karma, na forma original, há uma observação muito mais lógica e racional do que a leitura ocidental preconceituosa antepassada conseguiu descrever.
O conceito de karma não anuncia um destino. Anuncia uma vontade de ação. Antes de pensar no resultado, no que, ignorantemente nós, ocidentais, chamamos “karma”, o conceito original, que originalmente é hinduísta, em primeira instância, e budista e jainista, por assimilação, ele pesquisa a vontade.
Simplificando, karma é a vontade que determina a ação. Como é a ação que determina os resultados (ação e reação – nexo causal), devemos ler que é a ação que determina o destino.
Porém, há algo mais profundo do ponto de vista da ação. Pensa-se sobre o que determina a ação. Uma ação há sob uma decisão. Esta decisão é tomada sob uma série de fatores, inerentes à condição daquele que decide, e que pressionam a vontade de decisão. Então, o karma relaciona-se a, exatamente, aquilo que pressiona a vontade. Aquilo que move a decisão e dispara a ação.
Pode-se se pensar sim em um determinismo do ponto de vista social, como condição favorável. Por exemplo: fulano nasceu em um meio violento, portanto, violento se tornou; uma vez violento, tantas pessoas ele matou. Mas, sabemos nós que, felizmente, várias pessoas nascem em meios violentos e se tornam mentores da paz. Ou seja, não há determinação.
Assim, quero pensar eu, que o karma, aquilo que conduz e que condiz com a vontade, pertence à própria vontade.
O karma é aquilo que impulsiona o sujeito a atravessar a rua na hora errada e fazer com que ele seja atropelado. Ou, em outro instância, é aquilo que faz com que ele vá a uma festa e encontre a mulher da própria vida. Nas duas teses, da desgraça ou da felicidade, cabe ao ser agente a decisão: ao primeiro, atravessar a rua; ao segundo, ir à festa. Nas duas situações, cabe ao sujeito entender quais são os impulsos que deve seguir e quais são as situações que o cercam.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Profecias

Enquanto a flor perdurar sobre o pedúnculo, haverá cor.
O sol brilhará todos os dias, desde que nasça.
A lua sempre brilhará, plena no céu, desde que cheia.
O coração baterá, enquanto houver vida.
Todas as vontades serão satisfeitas, enquanto houver possibilidades.
Os cães comerão carne, enquanto houver vacas para morrer.
As estradas serão de mão dupla, enquanto houver gente para ir e vir.
A catástofre será evitada, enquanto o avião permanecer no ar.
Haverá rock n' roll, enquanto houver usinas que geram energia.
Os peixes nadarão nos lagos, nos rios e nos oceanos, até que eles se encham de bosta.
O ar será respirável, enquanto houver oxigênio.
O amor entre as pessoas existirá, até que ele se extingüa.

Sempre haverá vida antes da morte.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Latência

Quando não há resposta, há latência.
Os pensamentos se tornam oblíquos, buscadores, descontínuos na continuidade.
Conforma-se a percepção do improvável.
Confronta-se a necessidade do desejável.
Há um medo do erro sobre a dúvida.
Há a dúvida sobre o medo.
Quando a resposta não se conforma imediatamente, ela é como o pão que falta.
Faz a fome de continuar a pensar

....do carloscasal...em 2006

!

Por onde andavam minhas sandices e tolices

Por onde andavam minhas tolices e sandices blogueiras?

Por aqui: carloscasal

Nada trema...são apenas dois pinguinhos

Boa essa. O brasileiro, em breve, poderá ficar tranquilo, como o espanhol, desde que o presidente Lula resolva a partir de quando não precisaremos mais ficar tranqüilos. Pode ser a partir de 1º de janeiro próximo. Claro que o assunto já é velho, requentado. Mas, só agora me ocorreu comentá-lo.

Todo mundo já sabe que a reforma da língua portuguesa será feita simultaneamente em Portugal, no Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. A Globo promete transmitir o evento ao vivo, a partir da zero hora do dia 1º de janeiro de 2009, horário de Brasília.

Com ela, a reforma, o “trema”, aquele acento representado por dois simpáticos pinguinhos (se ele existisse aqui, poderíamos pensar em pingüinhos...seriam filhotes de pingüins?...ok...péssimo trocadilho) deixará de existir. Vai se tornar peça de estudo arqueológico. Quando daqui a 20 anos alguém encontrar um texto com o uso do trema poderá se perguntar: “que merda é essa?”.

Eu ainda me lembro de quando “ele” era diferente de “ele”. O primeiro dava nome ao camarada, ao sujeito, o cidadão, o cara, o hôme, o macho. Naquela época se escrevia “êle”. A segunda era muito fêmea, a 11ª ou 12ª letra do alfabeto, dependendo da gente aceitar o “k” ou não na família. Isso acontecia lá pelos anos 1970. Mas agora “ele” ou “L” é tudo igual.

Dizem que a reforma será gradual, ao longo de três anos. Isso se até lá não acabarem também com o circunflexo e com todos os demais acentos.

Ai serao apenas tres anos.

Vida de blogueiro

Essa coisa de blog é inesperada.

No princípio queria receber, de imediato, dezenas de visitas e comentários. Cheguei a tentar uma difusão em spams, enviando o endereço do meu blog para trocentas e tantas pessoas que desconheço. Diga lá, quem não tem um pouco de vaidade? Mas, esta estratégia não tem dado certo. Também, eu não tenho tido saco para levá-la a termo. Desisti disso. Tudo bem. Há quem diga que spam é coisa feia, mal educada. Vamos pela via da boa convivência.

Outra coisa: a indisposição para escrever sempre. Já tive esta experiência antes, em outras tentativas blogueiras, que abandonei. Elas andam perdidas por aí, na blogosfera. Quem sabe um dia eu as garimpe e as resgate para aqui. Mas é isso. Escrever é como vontade de ver as pessoas. Não é a toda hora que a gente tem. Então, nesta minha disposição lunar, que só me ocorre de ciclos em ciclos, não tenho mantido uma freqüência mínima desejável para esse mundão que adora novidades em todos os momentos. Assim, crio umas ilustrações de Paint, para encher espaço, para não dizer "lingüiça" (me contaram que a trema só vai ser expulsa da nossa escrita a partir de 1º de janeiro de 2009...boa essa...vale um post).

Porém, vem o inesperado. Recebi dois comentários que me valeram muito a pena. Um foi o da Celeste Garcia, que disse que eu escrevo bem. Olha aí, a vaidade satisfeita. Outra foi do meu velho camarada Wander Veroni. Não velho pela idade. Mas, já conheço esse garoto há cinco anos, desde os bancos do Uni/BH. Para quem valoriza o tempo, cinco anos é um tempinho bom.
Então, que bom.