quinta-feira, 21 de agosto de 2008

UDN & PSD...farinha do mesmo saco?

Claro que ninguém se lembra. Porque ninguém se preocupa em se lembrar.
Neste lugar brasileiro, onde o idealismo virou palavrão, ninguém mais se pergunta sobre as origens dos partidos políticos, que já não existem, na verdadeira acepção da palavra.
Partido político deveria defender uma parte ideológica, uma causa, um princípio.
Contudo, isto já não há, nesta bagunça casuística, que fez da política, um exercício sagrado, sinônimo de putaria.
Há uma miscelânea de siglas (são 22 registradas no Tribunal Superior Eleitoral, o TSE...SIGA O LINK PARA VER QUAIS SÃO ... http://www.tse.gov.br/internet/partidos/index.htm).

Porém, devemos nos lembrar sobre um passado muito recente.
Um passado quando havia somente a Aliança Renovadora Nacional, a Arena, e o Movimento Democrático Brasileiro, o MDB. Era o tempo da ditadura militar.

Devemos nos lembrar de antes também, quando a força do PSD, o Partido Social Democrático, fundado em 1945, com princípios opostos ao do PDS, o Partido Democrático Social, fundado em 1980, se opunha à UDN, a União Democrática Nacional, também fundada em 1945, que acabou virando MDB.

O interessante é lembrar que, nesta evolução de siglas, nem sempre a semelhança constitui ideologia.

A UDN virou Arena, que virou PDS, que virou PFL, o Partido da Frente Liberal, que hoje tem o nome fantasia “Democratas”, que recebe o apelido de DEM.

O PSD virou MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, que se dividiu, para agradar os militares.

Virou PP, Partido Popular, juntando Tancredo Neves e Magalhães Pinto no mesmo barco, numa união improvável, que se provaria como tal.

O lado mais macho virou PMDB, sob o auspício de Ulisses Guimarães.

Também abrigadas no MDB, surgiram outras sigas. Afinal, no MDB, estavam todas as bandeiras de oposição ao regime militar, favoráveis ao exercício social, que só se reuniam naquela instância por causa da opressão da ditadura militar.

Militarismo é osso. Contra a força não há resistência.

Quando em 1979 João Baptista Figueiredo, cumprindo o projeto de Ernesto Geisel, promoveu a reforma partidária, permitindo o pluripartidarismo no Brasil, o MDB fez sair dele as várias correntes ideológicas: comunistas, socialistas, trabalhistas, nacionalistas....

O Partido dos Trabalhadores, o PT, com identificação ideológica óbvia, foi logo fundado, em 1980. O reconhecimento como partido demorou um pouco para chegar. Dois anos.

Mais tarde o comunismo (vixe Maria, três nomes do pai...afinal, eram comedores de criancinhas...) conseguiu legendas. Dividiu-se entre PCB, Partido Comunista Brasileiro, e PCdoB, Partido Comunista do Brasil, ou último extinto, quando o comunismo globalizante foi pro saco com a União Soviética. Virou PSB, o Partido Socialista Brasileiro.

O nacional socialismo getulista, que se abrigava no PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, também viveu uma querela. Ivete Vargas, filha de Getúlio, queria por que queria a legenda. Brigou com Leonel Brizola, que tinha sido exilado. Brizola perdeu a briga e fundou o PDT, o Partido Democrático Trabalhista.

Daí por diante as ideologias se perderam.

Surgiu o PSDB, o Partido da Social Democracia Brasileira, uma grande promessa de pensamento original, que se revelou tão liberal quanto os opositores de direita, ao mesmo tempo em que a direita buscava recomendar preceitos de esquerda.

Virou tudo uma bagunça.

Hoje no Brasil não existem mais partidos. O PT acabou de se entregar. Os partidos de esquerda, trabalhistas, surgidos do PT, ainda estão nos anos 1970. Os de direita estão no mesmo lugar.

Não há para onde correr. Hoje em eleição as opções são personalistas. Não são mais ideológicas, partidárias. Não há “partido”, na verdadeira acepção da palavra.

Puta anda celebrando missa, com todo o respeito às putas, e padres estão se prostituindo, com todo o respeito aos padres.

Acabou a graça. Só há sacanagem. Não há mais nada de idealismo.
Sem pensar em maniqueísmo, UDN e PSD são farinha do mesmo saco.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Será que há espaço para discutir o absurdo?

Hoje em dia Deus se tornou absurdo, em alguns espaços de discussão.
Há um desconforto sobre a admissão de Deus, nas proposições dialéticas. O Cara, que era o melhor de todos, o bam bam bam da bala chita, em outros tempos, hoje foi relegado à condição do absurdo.
Em outros tempos, Deus era a solução para tudo. Para alguns, Ele ainda existe assim. É o espaço da discussão religiosa, que está comprometida culturalmente.
Contudo, a pergunta é: sobre as respostas que a ciência nunca dará, no tempo da existência do indivíduo, que é de poucas dezenas de anos, e de alguns milênios de construção cultural, diante dos bilhões de anos que a realidade acumula, quais são as respostas necessárias para a manutenção da busca, ou fé, que o indivíduo requer, e que poderão ser dadas, neste curto espaço de tempo, que compreende a vida humana?
Jamais a ciência responderá, a tempo, à ânsia do ser.
A fé só dá a esperança.

O sim, o não e o talvez

A proposição maniqueísta sempre pretende a dualidade opositora, as extremidades que não se comunicam. Ou há, ou não há. Ou o sujeito é muito bom, ou é mal para c (#?!*@). Nunca há um meio termo. O sujeito que se propõe ao meio termo é chamado, pela voz da cultura radical, de “meio do muro”, aquele que é um propenso a ser “vira casaca”.
Porém, existem situações que são assim, e devem permanecer assim. São aquelas que configuram a nossa paixão.
Por exemplo, meu, eu sou atleticano (graças a Deus...olha a paixão aí!!), desde que me entendo por gente. Sou assim porque aprendi do meu pai que eu deveria ser assim (outra forma de paixão, graças a Deus). Em 1977, quando o Galo perdeu um título que estava em nossas mãos, dentro do Mineirão, para o São Paulo, eu chorei como se eu tivesse perdido o meu próprio pai. Chorei porque tinha 12 anos e eu era pura paixão. Tive outros desgostos (os cruzeirenses devem estar adorando este meu depoimento), contra o Inter, por exemplo, e para o Corinthians, não faz muito tempo. Agora, nem se fala.
Contudo, com a maturidade, comecei a perceber que eu poderia continuar apaixonado pelo meu time, sofrendo por causa das derrotas, e, muito de vez em quando, vibrando com as vitórias, sem, com isto, comprometer o meu sentido ou o meu caráter.
Outro esporte que acompanho desde moleque, é a Fórmula 1. Muito antes, e mesmo depois, da morte do nosso “herói nacional”, Airton Senna (duuuuuuu Brasil...PQP...aquele chato do Galvão). Domingo passado, quando o carro do Massa estourou, a três voltas do final, juro, meus osso doeram. Juro. Foi como se eu tivesse visto uma pessoa sofrendo uma queda. Coisas de paixão.
Outro dia fui ao Inhotim, quando encontrei nosso colega Gustavo, que trabalha por lá. Tive experiências várias naquele lugar fantástico. Inclusive de paixão.
Sim, os exemplos dados de paixão são muito simples, e, propositalmente, suaves. Graças a Deus. Obviamente, existo sob outras formas de paixões, felizmente, muito saudáveis.
Seculares. Mundanas. Mas, não há outra forma de sobrevivência da paixão a não ser pela secularidade, ou pela forma mundana. A paixão é fruto de conhecimento, de cultura. Graças a Deus! Inclusive aquelas nossas primárias, que nos associam ao sexo, ao sentido de conservação dos que nos são caros e etc.
Abstendo-me de filosofar sobre a própria paixão, por não querer espaço para tanto, nesta situação, e retornando à proposição primeira, que talvez queira propor a observação dos sentidos, após os meus próprios exemplos, eu tentaria observar a razão.
Deveria observar a razão sob a luz da ciência, que é a luz única que a focaliza. O conhecimento mensurado, verificado, comprovado. Em ciência, na forma clássica, não há o talvez. Há o, sobretudo, o “certamente”.
Instalações maniqueístas. A razão e a paixão situadas em lados extremos, que não dialogam entre si.
As religiões, que se apoderaram da fé, um fruto da natureza humana, continuam (também....neste fórum deveríamos falar da própria cultura, da mídia etc.) abastecendo a paixão, por que dela colhem dividendos de poder. A ciência, que se apoderou da racionalidade, continua se abastecendo da razão, porque dela continua buscando os mesmos dividendos de poder.
Porém, enquanto as vaidades se destroem, a verdade se constrói, através dos vasos comunicantes da sociedade.
Quando moleque ainda eu não entendia a dimensão do que eu estava aprendendo em um curso técnico de telecomunicações. Tampouco, mais tarde, numa escola de engenharia, quando me foi dado a saber sobre as situações binárias, que dão a lógica das máquinas eletrônicas que pululam mundo afora.
Zero ou Um. Sim ou não. Comando aberto ou fechado. In ou Off. Coisas assim.
Puro maniqueísmo.
Naquele tempo eu perguntava para os professores: e o talvez?
À lógica binária foi dada a oportunidade de suprir energia para códigos de programação que interpretam o talvez. Porém, no sentido único e exclusivo da física, que constrói as máquinas, estas que pretendiam, por ciência, a conquista de um mercado, nada se fazia, a não ser observar os códigos binários e sobre o que se poderia fazer com eles (putz...estou falando de vinte anos atrás...há muito pouco tempo, se observarmos o tempo de história...).
O talvez foi comunicado por meio do software. A interpretação foi dada por uma situação soft, que supre o hard. Aí se construiu o talvez e as múltiplas possibilidades que hoje abastecem o mundo da informação com mecanismos de processo, comunicação e veiculação de dados de informação.
Uma outra onda que sempre me comoveu (paixão), sobre a qual sempre quis entender (razão), é a do funcionamento dos ímãs. Lembra? Aquela onda do direcionamento dos spins eletrônicos?
Pois é. O ímã é um sacana. Sozinho ele abriga o mais positivo e o mais negativo, e não se destrói por isso. Além disso, lá no meio do ímã, há a transição entre o positivo e o negativo, se pensarmos em termos de força de trabalho. E são esses putos, os ímãs, que produzem, por excitação magnética, a energia que nós consumimos em nosso universo consumista.
A bússola prova que nosso planeta é assim. Só existe porque se equilibra entre o negativo e o positivo.
Ah! Quanta quântica há em nossa observação física ou religiosa?
Pois é. Cansei de escrever abobrinhas e filosofar figurinhas.
Para justificar este texto, meus amigos, minhas amigas, senhores ou senhoras, senhoritas ou senhoritos, eu os convido a vivenciar uma busca.
A partir desta pouca capacidade de expressão, sobre um tema tão vasto, neste texto cheio de erros prováveis, sobre os quais me declinarei, quando me forem apresentados, eu os convido a buscar, nos corações e nos cérebros, nas inteligências espirituais e racionais, nos legados científicos e religiosos, na vivência, enfim, que a cada ser, certamente, foi dada, na forma do que cada um tem de particularmente viver, as respostas que nós, somente nós, podemos dar.
Se estamos aqui, neste curso, é porque buscamos sentidos e respostas, além dos questionamentos.

Então, para não ficar só no tema, gostaria de convidar alguém a discutir o pensamento racional e a espiritualidade.





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