terça-feira, 5 de agosto de 2008

O sim, o não e o talvez

A proposição maniqueísta sempre pretende a dualidade opositora, as extremidades que não se comunicam. Ou há, ou não há. Ou o sujeito é muito bom, ou é mal para c (#?!*@). Nunca há um meio termo. O sujeito que se propõe ao meio termo é chamado, pela voz da cultura radical, de “meio do muro”, aquele que é um propenso a ser “vira casaca”.
Porém, existem situações que são assim, e devem permanecer assim. São aquelas que configuram a nossa paixão.
Por exemplo, meu, eu sou atleticano (graças a Deus...olha a paixão aí!!), desde que me entendo por gente. Sou assim porque aprendi do meu pai que eu deveria ser assim (outra forma de paixão, graças a Deus). Em 1977, quando o Galo perdeu um título que estava em nossas mãos, dentro do Mineirão, para o São Paulo, eu chorei como se eu tivesse perdido o meu próprio pai. Chorei porque tinha 12 anos e eu era pura paixão. Tive outros desgostos (os cruzeirenses devem estar adorando este meu depoimento), contra o Inter, por exemplo, e para o Corinthians, não faz muito tempo. Agora, nem se fala.
Contudo, com a maturidade, comecei a perceber que eu poderia continuar apaixonado pelo meu time, sofrendo por causa das derrotas, e, muito de vez em quando, vibrando com as vitórias, sem, com isto, comprometer o meu sentido ou o meu caráter.
Outro esporte que acompanho desde moleque, é a Fórmula 1. Muito antes, e mesmo depois, da morte do nosso “herói nacional”, Airton Senna (duuuuuuu Brasil...PQP...aquele chato do Galvão). Domingo passado, quando o carro do Massa estourou, a três voltas do final, juro, meus osso doeram. Juro. Foi como se eu tivesse visto uma pessoa sofrendo uma queda. Coisas de paixão.
Outro dia fui ao Inhotim, quando encontrei nosso colega Gustavo, que trabalha por lá. Tive experiências várias naquele lugar fantástico. Inclusive de paixão.
Sim, os exemplos dados de paixão são muito simples, e, propositalmente, suaves. Graças a Deus. Obviamente, existo sob outras formas de paixões, felizmente, muito saudáveis.
Seculares. Mundanas. Mas, não há outra forma de sobrevivência da paixão a não ser pela secularidade, ou pela forma mundana. A paixão é fruto de conhecimento, de cultura. Graças a Deus! Inclusive aquelas nossas primárias, que nos associam ao sexo, ao sentido de conservação dos que nos são caros e etc.
Abstendo-me de filosofar sobre a própria paixão, por não querer espaço para tanto, nesta situação, e retornando à proposição primeira, que talvez queira propor a observação dos sentidos, após os meus próprios exemplos, eu tentaria observar a razão.
Deveria observar a razão sob a luz da ciência, que é a luz única que a focaliza. O conhecimento mensurado, verificado, comprovado. Em ciência, na forma clássica, não há o talvez. Há o, sobretudo, o “certamente”.
Instalações maniqueístas. A razão e a paixão situadas em lados extremos, que não dialogam entre si.
As religiões, que se apoderaram da fé, um fruto da natureza humana, continuam (também....neste fórum deveríamos falar da própria cultura, da mídia etc.) abastecendo a paixão, por que dela colhem dividendos de poder. A ciência, que se apoderou da racionalidade, continua se abastecendo da razão, porque dela continua buscando os mesmos dividendos de poder.
Porém, enquanto as vaidades se destroem, a verdade se constrói, através dos vasos comunicantes da sociedade.
Quando moleque ainda eu não entendia a dimensão do que eu estava aprendendo em um curso técnico de telecomunicações. Tampouco, mais tarde, numa escola de engenharia, quando me foi dado a saber sobre as situações binárias, que dão a lógica das máquinas eletrônicas que pululam mundo afora.
Zero ou Um. Sim ou não. Comando aberto ou fechado. In ou Off. Coisas assim.
Puro maniqueísmo.
Naquele tempo eu perguntava para os professores: e o talvez?
À lógica binária foi dada a oportunidade de suprir energia para códigos de programação que interpretam o talvez. Porém, no sentido único e exclusivo da física, que constrói as máquinas, estas que pretendiam, por ciência, a conquista de um mercado, nada se fazia, a não ser observar os códigos binários e sobre o que se poderia fazer com eles (putz...estou falando de vinte anos atrás...há muito pouco tempo, se observarmos o tempo de história...).
O talvez foi comunicado por meio do software. A interpretação foi dada por uma situação soft, que supre o hard. Aí se construiu o talvez e as múltiplas possibilidades que hoje abastecem o mundo da informação com mecanismos de processo, comunicação e veiculação de dados de informação.
Uma outra onda que sempre me comoveu (paixão), sobre a qual sempre quis entender (razão), é a do funcionamento dos ímãs. Lembra? Aquela onda do direcionamento dos spins eletrônicos?
Pois é. O ímã é um sacana. Sozinho ele abriga o mais positivo e o mais negativo, e não se destrói por isso. Além disso, lá no meio do ímã, há a transição entre o positivo e o negativo, se pensarmos em termos de força de trabalho. E são esses putos, os ímãs, que produzem, por excitação magnética, a energia que nós consumimos em nosso universo consumista.
A bússola prova que nosso planeta é assim. Só existe porque se equilibra entre o negativo e o positivo.
Ah! Quanta quântica há em nossa observação física ou religiosa?
Pois é. Cansei de escrever abobrinhas e filosofar figurinhas.
Para justificar este texto, meus amigos, minhas amigas, senhores ou senhoras, senhoritas ou senhoritos, eu os convido a vivenciar uma busca.
A partir desta pouca capacidade de expressão, sobre um tema tão vasto, neste texto cheio de erros prováveis, sobre os quais me declinarei, quando me forem apresentados, eu os convido a buscar, nos corações e nos cérebros, nas inteligências espirituais e racionais, nos legados científicos e religiosos, na vivência, enfim, que a cada ser, certamente, foi dada, na forma do que cada um tem de particularmente viver, as respostas que nós, somente nós, podemos dar.
Se estamos aqui, neste curso, é porque buscamos sentidos e respostas, além dos questionamentos.

Então, para não ficar só no tema, gostaria de convidar alguém a discutir o pensamento racional e a espiritualidade.





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